Desde a última vez que abordei este assunto muitas coisas mudaram. Outras nem por isso... Ainda ontem tive o prazer de ouvir um padre numa entrevista na RTPN a dizer que o casamento entre pessoas do mesmo sexo era inviável já que o governo não pode impor conceitos ético e morais à sociedade. Se a sociedade no seu todo não está preparada para algo não compete à lei forçar uma mudança. Não devemos tentar fazer passar por aceitável aquilo que o não é, até porque o objectivo do casamento não pode ser cumprido neste caso, já que não pode haver procriação. Pior que tudo, desprezou o maravilhoso discurso de Zapatero ao aprovar o casamento em Espanha dizendo que não fazia qualquer sentido.
Nõ vou perder grande tempo a comentar este chorrilhão de asneiras. Se o governo não legislasse antes da sociedade estar "pronta" não haveria casamentos interraciais, divórcios nem IVG. Se a procriassão fosse factor necessário para o casamento os casais com problemas de fertilidade não poderiam casar e os casais de lésbicas poderiam. A lógica não é o pnto forte neste tipo de discussões. O problema com a questão é que, tal como no debate da IVG as pessoas são incapazes de ver a questão pelo que ela é: a concessão de um direito legal. Trata-se de permitir a duas pessoas a possibilidade de celebrar um contrato, e isto nada tem que ver com sexo. O nosso governo, no entanto já afirmou que a questão do casamento irá para segundas núpcias. Não será debatida antes da segunda legislatura, caso a haja.
Entretanto vamos ficando na cauda da Europa e do mundo, com a aprovação da lei das uniões civis em Itália (para desgosto do Papa Bento "The Devil wears Prada" XVI), no Estado de New Jersey, no México e na Suiça desde Janeiro deste ano.