sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Requiem de Manuel Cardoso

O Grupo Vocal Olisipo vai fazer uma mini digressão neste fim-de-semana. Será pequena no número de concertos, apenas dois, mas grande na dimensão e qualidade do programa apresentado e também na distância entre os concertos.
Vamos apresentar uma das mais belas obras da polifonia renascentista, o Requiem de Frei Manuel Cardoso, bem como alguns motetes de compositores seus contemporâneos, Estêvão de Brito, Filipe de Magalhães, Estêvão Lopes Morago e Duarte Lobo.
O primeiro concerto é no Sábado às 21.30 na Igreja da Senhora do Porto no Porto e está inserida no ciclo de concertos "Páscoa no Porto 08", em associação com o projecto "Porto Bairro a Bairro".
No Domingo às 18.00 estaremos na Sé de Évora, num concerto organizado pelos nosso amigos do Eborae Mvsica, inserido no ciclo de concertos "A Quaresma na Escola de Música da Sé de Évora" e nas comemorações dos 700 anos da Dedicação da Sé de Évora. Já que estamos em maré de comemorações, é também um concerto que vai marcar os 20 anos de actividade do nosso grupo.
Vai ser, sem dúvida, uma emoção cantar esta obra maravilhosa no local onde terá sido ouvida há 400 anos. Espero encontrar amigos, tanto do Norte como do Sul em ambos os concertos. Até lá!


terça-feira, fevereiro 26, 2008

Troca-tintas

No meio da minha narração de Pedro e o Lobo no passado Sábado consegui dizer a frase: "Pedro prendeu o labo do robo".
Bem, só não acontece a quem não faz...

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Pedro e o Lobo



No próximo Sábado vou utilizar a minha voz de uma forma diferente da habitual, fazendo de narrador do conhecidíssimo Pedro e o Lobo de Prokofiev.
Para além de aparecer nesta função pouco habitual, fa-la-ei em dose dupla, uma vez em alemão e uma em português.
A versão apresentada da obra é uma transcrição para órgão, executada pelo meu amigo e colega António Esteireiro, e será uma forma de dar a conhecer todas as possibilidades expressivas e tímbricas do instrumento.
As informações estão no cartaz que apresento aqui. Espero ver muitas caras conhecidas na Igreja Alemã, nem que seja para me ver tentar falar fluentemente em alemão...

VInte anos



Hoje, dia 21, passam vinte anos sobre o primeiro concerto do Grupo Vocal Olisipo, no encerramento da 1ª temporada de música e dança de Vila Franca de Xira. Parece que foi ontem. Dos cinco cantores originais estamos cá dois, eu e a Elsa, prontos para mais vinte anos.
À falta de fotos do primeiro concerto, que ainda estou à espera de receber, fica esta, menos de um ano mais tarde.

Ora toma!



Ao visitar a FNAC no outro dia fui surpreendido pela presença do disco do Olisipo com o Magnificat em Talha Dourada na selecção FNAC. Neste ano em que celebramos 10 anos da estreia da obra, encomendada pela Santa Casa da Misericórdia por ocasião dos seus 500 anos, é bom ver que foi uma obra marcante e que continua viva. Quem quiser conhecê-la faça favor de se dirigir à FNAC mais próxima, ou então terá que esperar até Setembro...

sábado, fevereiro 16, 2008

CGL em Évora





O Coro Gregoriano de Lisboa apresenta-se amanhã às 18.00 em Évora, no Convento dos Remédios. O concerto insere-se num ciclo de Canto Gregoriano organizado pelo sempre activo Eborae Musica.
Para além do prazer do Canto Gregoriano, vai ser uma oportunidade de rever amigos e desfrutar da gastronomia alentejana, pois claro.
Para todos os que estejam nas redondezas, façam favor de aparecer!

Audição de Educação Vocal


Aqui fica registado o momento final da audição desta manhã. Por entre nervos e doenças a classe portou-se muitíssimo bem e encheram de orgulho o seu velho mestre.
Os sorrisos radiosos mostram que que os alunos também ficaram satisfeitos.
Parabéns a todos!

Acordai!






Num emocional encontro em frente à Assembleia da República juntaram-se hoje centenas de vozes chamando a atenção para o momento de angústia que vivem os músicos portugueses perante algumas das possibilidades que se anunciam na reforma do ensino artístico especializado.
Mais do que uma manifestação de alunos e professores desta ou daquela escola tratou-se de um encontro de amigos com paixões e preocupações em comum. Independentemente do efeito que as medidas possam ter na vida de cada um de nós a nível individual, foi a preocupação pelo futuro da música e dos músicos do nosso país que nos moveu.
Para todos os presentes foi comovente ver uma manifestação pública tão ordeira, tão civilizada, mas ao mesmo tempo tão apaixonada. Mexeu com todos nós a forma como tão espontaneamente irrompeu a música pelo meio de todos para interpretar o Acordai! de Lopes-Graça, o Hino Nacional ou a Grândola, vila morena, iniciada por uma improvisação a quatro mãos por parte do maestro Vitorino de Almeida e do Mário Laginha. Teve, sem dúvida, impacto ouvir a Ana Paula Russo a cantar a cavatina de Rosina do Barbeiro de Sevilha de Rossini, dizendo Io sono docile, son rispettosa, mi lascio regere, mi fo guidar. Ma se mi toccano, sar una vipera sarò! Todos sentimos o mesmo e temos esperança que nos tenham ouvido: somos doceis e obedientes, deixamo-nos conduzir e guiar. Mas se nos incomodam sabemos ser verdadeiras víboras. Esperemos que a nossa morededura seja sentida!

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Protestos e tumultos


Conforme tem sido divulgado, haverá uma manifestação frente à Assembleia da República sexta, dia 15 de Fevereiro, pelas 15 horas. O objectivo desta demonstração pacífica é mostrar a preocupação da comunidade educativa das escolas de música sobre o futuro do ensino.
Está previsto um concerto com uma Orquestra Muda, no qual os participantes se apresentarão com um pano preto que será atado simbolicamente aos instrumentos ou à boca dos músicos. De 15 em 15 minutos será cantada a peça "Acordai" de Fernando Lopes-Graça, primeiro número das "Heróicas" e que se tem tornado um hino deste movimento.
Para quem quiser saber mais, sugiro que visite o belogue que foi formado com o objectivo expresso de sensibilizar para esta questão. Para além disso, o Miguel tem no Episema um arquivo extraordinário do material que tem passado na comunicação social sobre toda esta questão.
Ainda que, tal como foi afirmado repetidamente esta noite no programa Forum do País, a questão esteja ainda em aberto, que nada esteja decidido, que cada caso seja um caso, que a iniciação e os supletivos possam continuar em determinados casos, etc. as informações que correm são preocupantes e as prespectivas assustadoras, caso se confirmem as piores previsões.
Entre ficar sentado à espera de decisões ou mostrar os nossos receios, penso que só temos a ganhar com a segunda hipótese.
Todos à Assembleia! Mostremos ao país que a música é realmente importante!

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Foz




Nem só de trabalho se fez esta semana no Porto. Pelo meio houve oportunidade de gozar os magníficos dias de Primavera extemporânea num passeio e almoço no lindíssimo cenário da Foz. Tudo isto, claro, na companhia de bons amigos!

terça-feira, fevereiro 05, 2008

De volta à Floresta

A partir de amanhã estarei no Coliseu do Porto, de regresso a uma obra que tanto prazer me deu a fazer há alguns anos, "A Floresta" de Eurico Carrapatoso, baseada no conto homónimo de Sophia de Mello Breyner. O elenco é quase o mesmo de anos anteriores, Angélica Neto no papel de Isabel, José Corvelo como anão e Rui Baeta como sábio. A única diferença é o papel do professor, desta vez a cargo do João Cipriano, por impossibilidade do João Rodrigues. Quanto a mim, volto no papel do bandido. É sempre divertido ser o mau da fita, sobretudo quando há uma maravilhosa redenção final.
Para os amigos do norte aviso que temos apenas uma récita, no Domingo às 11.30 (da manhã, pois).
Até lá!

domingo, fevereiro 03, 2008

Crónica de uma morte anunciada

Será porventura uma fonte de surpresa para os leitores destas notas o facto de ainda não ter feito quaisquer comentários sobre o anunciado fim do Ensino Vocacional Especializado da Música tal como o conhecemos. A verdade é que já há mais de um ano que esta conversa circula pelos corredores das escolas como resultado de algumas afirmações da ministra da educação mas, na realidade, nada de concreto foi publicado. Provavelmente para não criar instabilidade ao divulgar na íntegra os seus planos (caso os tenha) a nossa tutela permitiu que o medo e a incerteza quanto ao futuro se espalhassem por todos os níveis da nossa comunidade escolar, dos alunos ao pessoal não docente, do ensino básico ao superior.
A estratégia é boa. Ao não divulgar mais do que um contorno geral de intenções consegue-se evitar a guerra aberta, já que ninguem sabe com certeza o que está a contestar, mas, ao mesmo tempo dá-se uma certa ilusão de que tudo está a ser discutido e que as opiniões serão ouvidas. Afinal de contas o processo ainda está em estudo e o Governo, tendo maioria absoluta podia aprovar o que quisesse sem ouvir ninguém e não é isso que está a fazer. Ou será?
Permitam-me partilhar uma antiga história de família. Há muitos anos, numa feira, um dos meus tios propôs-se comprar-me um bolo com a seguinte frase: Escolhe o que quiseres, mas escolhe este que é o melhor! Parece-me esta a política actual a vários nívei e certamente ao da educação. Vou dar a todos a possibilidade de escolher o que quiserem, garantindo, no entanto que a escolha é aquela que nós, do alto da nossa omnisciência e omnipotência achamos melhor.
A parte que me assusta mais nada tem, no entanto, que ver com a educação. Quanto tempo faltará para este Estado omnipotente e omnisciente considerar que deve ser também omnipresente? Quanto tempo falta para se considerar que um texto como este que, por enquanto, escrevo livremente, é causador de instabilidade e insegurança para quem o lê e ser retirado da blogosfera? Bem, deixando de ser Cassandra, passemos a factos mais concretos.
Corre o rumor de que as intenções já anunciadas pela ministra de extinguir o ensino vocacional da música no primeiro cíclo do ensino básico e o regime supletivo de frequência serão consgradas na lei brevemente, numa questão de dias. Pessoalmente não sei qual a fonte desta informação e sei apenas dizer que a nossa escola em particular, o Instituto Gregoriano de Lisboa, tem uma reunião marcada com a Agência Nacional para a Qualificação para depois da data anunciada para a dita publicação. Parece-me pouco provável que uma reunião para reunir opiniões fosse marcada depois do facto consumado mas, uma vez mais, Escolhe o que quiseres, mas escolhe este que é o melhor!
Penso que, por tudo aquilo que disse, só saberemos realmente o que se irá passar depois de se ter passado. Penso também que, por muitas vozes contrárias que se ergam, não serão suficientes para travar aquilo que já está decidido desde o início. Ainda assim, não acredito em pura e simplesmente esperar calado na fila para o matadouro. E não tenhamos ilusões, se as decisões forem estas, será o caminho para o matadouro. Por isso mesmo, divulgo aqui a petição on-line que está a ser feita para travar este processo, e que peço a todos para assinar. Para que quiser saber mais sobre tudo aquilo de que falei, sugiro que sigam este linque que me pediram para divulgar.
Por último, permito-me citar o texto escrito pelo meu amigo e ilustre compositor, Eurico Carrapatoso, característicamente eloquente:
Crime cultural de lesa-majestade.
Falando no caso particular da Escola de Música do Conservatório Nacional onde ensino Análise e Técnicas de Composição:

O Conservatório Nacional foi fundado no séc. XIX, no tempo de Passos Manuel e Almeida Garrett, ambos humanistas impecáveis.

Sobreviveu a muitas crises.

O Governo actual de José Sócrates visa implementar medidas com efeitos imediatos (já no próximo ano lectivo) que determinam claramente o seu naufrágio, na medida em que uma grande escola com cerca 900 alunos e uma espectacular pulsão vital (alunos no regime de iniciações, integrado e supletivo) fica imediata e irremediavelmente reduzida a uma escola insignificante com cerca de 50 alunos (apenas aqueles que estão no regime integrado).

Acordai!

Eurico Carrapatoso
Unamos as nossas vozes ao protesto. Assinem todos!

sábado, fevereiro 02, 2008

O dia do regicídio

Fez hoje, dia 1 de Fevereiro 100 anos o regicídio e o início de uma nova História de Portugal. A RTP marca a efeméride com uma nova série que parece ter valores de produção bastante elevados.

A razão que me faz mencionar tudo isto neste espaço, para além do interesse geral que pode ter para todos, é a presença no elenco do conhecido e brilhante contrabaixista Pedro Wallenstein na sua estreia como actor. Não é uma estreia nada modesta, já que aparece precisamente no papel do Rei D. Carlos. Como me dizia o Pedro há alguns meses, antes de começar a gravar, foi a sua parecença física com o Rei que levou ao convite feito pela produção.

Até podermos ver a série, fica por aqui este aperitivo