terça-feira, maio 30, 2006

Até as cegonhas...

Depois de vários casos documentados de comportamento homossexual em várias espécies animais, incluindo golfinhos, bonobos, cisnes e, num caso bastante mediático que mencionei em tempos no Breathing, pinguins, chegou a vez das cegonhas. O Jardim Zoológico de Overloon, na Holanda constatou recentemente a existência de várias cegonhas homossexuais, relatando mesmo a formação de três casais, dois de homossexuais masculinos e um de lésbicas. Segundo os tratadores, os casais chocaram ovos e tratam das crias com a mesma dedicação e carinho que os casais heterossexuais, à imagem dos famosos pinguins Roy e Silo e das cisnes lésbicas Romeu e Julieta. Para quem tiver dúvida, não há como seguir o linque e ver a entrevista com o tratador e um vídeo das próprias cegonhas.
Como tudo isto, não deixa de ser estranho que a lei recentemente aprovada pelo parlamento relativamente à procriação medicamente assistida continue a descriminar as mulheres homossexuais, noção aliás partilhada pela própria JS. Seria assim tão difícil fazer passar uma lei semelhante à que foi aprovada na Dinamarca e que dá exactamente os mesmos direitos a todas as mulheres, independentemente da sua orientação sexual? Não é aliás a nossa constituição a única na Europa que proibe a descriminação com base na orientação sexual?
Pois. Faz o que eu digo, não faças o que eu faço...

quinta-feira, maio 25, 2006

Petite Messe Solennelle

Nem só de filmes vive o homem, é verdade. E Rossini bem o sabia. O homem vive de boa comida, bom vinho e, também de boa música.
Só da pena de um compositor que abandonou o seu mister (e não estou a falar de treinadores de futebol...) depois de ficar famoso e enriquecer para se dedicar aos prezeres da mesa poderia ter saído o híbrido fascinante entre ópera e música sacra que é a Petite Messe Solennelle.
Uma das peças mais queridas dos meus coralistas do IGL que tive oportunidade de dirigir várias vezes e que vou cantar pela primeira vez neste Sábado.
O concerto é às 21.30 na fascinante Igreja de S. Domingos (no Rossio, junto ao Teatro D. Maria II). Comigo estarão a Marisa Figueira (Soprano) a Natália Brito (Mezzo-soprano), o Marco Santos (Tenor) e o Nuno Lopes (Piano) com o Coral Lisboa Cantat e o Coro da Universidade Técnica de Lisboa sob a direcção do Maestro Jorge Alves. Depois do concerto só mesmo uma grande jantarada!!!

E por último

Não ficaria completa toda a propaganda sem a inclusão da "traila". Atenção que não é o trailer normal que está a passar nas salas de cinema mas sim o especial de 7 minutos lançado pela Fox há poucos dias. Os temas que mencionei (ad nauseam, eu sei) nos últimos posts estão presentes. Temos também muito rapidamente uma visão do que será provavelmente uma das partes mais importantes do argumento, anunciada desde o fim da segunda parte: o regresso de Jean Grey como Phoenix, o que provavelmente levará à morte de uma (ou mais) das personagens principais. De quem será o funeral que aparece brevemente no trailer? Há que ver o filme!

Caras Novas 3

Ainda falando do filme X-Men, The Last Stand que estreia hoje, Sir Ian McKellen (que faz também parte do elenco do badalado Código Da Vinci) pode também ser considerado uma cara nova no filme, apesar de interpretar o seu papel pela terceira vez, já que numa cena de flash-back manipulada digitalmente o actor vai rejuvenescer 20 anos. Foi mais fácil este rejuvenescimento sem recurso a plásticas ou a Botox do que a inclusão de uma cena gay desejada pelo actor.
Ainda assim, o activista dos direitos dos homossexuais encontra nesta história com o seu tema omnipresente de igualdade e aceitação entre diferentes motivo mais que suficiente para revisitar a personagem de Magneto na anunciada prequela dedicada a esta personagem.

terça-feira, maio 23, 2006

Caras Novas 2

Menos conhecido do grande público que os seus colegas, esta é mais uma das adições ao elenco de X-Men III, Ben Foster no papel de Angel.
Segundo Hugh Jackman (Wolverine), esta personagem é fundamental na ligação emocional do público à história que, tal como as dos filmes anteriores, se foca na alienação e exclusão pela sociedade de um grupo apenas pelas suas características genéticas. Como se vê pela foto, essas características genéticas incluem, neste caso, um par de asas que a personagem tenta amputar no início do filme para se tornar mais parecido com as outras crianças.
Aproveitando uma ideia de Joss Whedon (o criador de Buffy, the Vampire Slayer e Firefly) na revista mensal Astonishing X-Men, parte do enredo gira à volta da descoberta de uma "cura" para as mutações genéticas. O que se segue é o óbvio debate sobre o facto de determinadas características genéticas que distinguem alguns membros da sociedade não serem doenças e consequentemente não poderem ser curadas, correndo o risco de alterar a verdade ontológica fundamental de cada indivíduo.
Se fosse possível deveriamos ser todos homens caucasianos heterossexuais e católicos para impedir a descriminação? A resposta parece-me evidente. A diversidade é o sal da vida.
Para todos aqueles que imediatamente excluem a possibilidade de ver um filme baseado num comic, aqui fica este pequeno insight, que prova que há muito mais na premissa de X-Men do que é aparente.

Caras novas































Estreia já esta semana o antecipadíssimo X-Men: The Last Stand, a terceira aventura do grupo de mutantes criados em 1963 por Stan Lee. Desta vez a realização está a cargo de Brett Ratner (Red Dragon) e não de Bryan Singer, que deixou o franchise para se lançar em voos mais altos, preparando o ainda mais antecipado Superman Returns. Ratner tem a tarefa complicada de fazer a terceira parte de uma das raras séries nas quais a segunda parte é unanimemente considerada superior à primeira, tendo sido também bastante mais lucrativa.
Para além de algumas alterações anunciadas (sobre as quais falarei em breve, penso eu), uma das principais novidades desta sequela é a presença da personagem do Dr. Hank McCoy, Beast para os conhecedores. O que surpreende é a escolha do actor que passou cinco a seis horas diárias em caracterização, aplicando próteses e pintando-se de azul (à semelhança de Rebecca Romijn, a sua colega de elenco que interpreta Mystique desde o primeiro filme). Quem não sabe ainda de quem se trata atente bem nas feições e reconhecerá os traços familiares de um outro médico, o Dr. Frasier Crane. Depois de 20 anos a interpretar Frasier, Kelsey Grammer passou para um tipo radicalmente diferente de personagem. Esperemos que o sucesso seja o mesmo!
Para os pontos de vista do actor sobre a sua experiência, aqui fica um relato pessoal. Para mais sobre X-Men: The Last Stand, basta visitar o belogue nos próximos dias...

segunda-feira, maio 22, 2006

Smokin'

You Are More Mild Than Wild

You're confident, and you really aren't concerned with how "hot" you are.
Other people's ideas of what's sexy don't concern you. And this is exactly what makes you attractive.

Nâo me parece um mau resultado. Aliado ao primeiro dia livre desde há mais de um mês até me parece bastante positivo...

sexta-feira, maio 19, 2006

In memoriam

Amanhã, Sábado dia 20 pelas 18.30 na Sé de Lisboa celebrar-se-á uma missa em memória de um dos grandes vultos da cultura nacional do século passado, falecida em Janeiro passado. Helena Sá e Costa é uma referência incontornável no meio musical e esta celebração, organizada por uma das suas discípulas, a minha querida Luiza da Gama Santos, é uma forma de lembrar e homenagear uma pessoa que tanto significou para o país e para as muitas vidas que marcou com o seu contacto.
A parte musical da cerimónia estará a cargo do Grupo Vocal Olisipo e do organista Antoine Sibertin-Blanc. Serão bem vindos todos os apreciadores de música e cultura, bem como todos os admiradores da Sra. D. Helena Sá e Costa.

quinta-feira, maio 18, 2006

Código Da Vinci - Trailer

Para quem ainda não viu, aqui fica.

Código Da Vinci

A partir de amanhã já vai ser possível ver no grande ecran a adaptação do maior best seller dos últimos anos (ou será de sempre? Já nem sei, nem me interessa).
Continuo a ficar espantado com a quantidade absurda de livros, vídeos, debates, palestras e afins que surgem a "descodificar" o código ou a descodificar a descodificação. Vamos por partes. É um bom romance policial, bastante bem estruturado e, na minha opinião, escrito de uma forma bastante competente e cativante. O que não é de forma alguma é um tratado de teologia ou a doutrina cristã para o Sec. XXI ou mesmo uma obra credível de investigação histórica. Nem devia ser! É um romance. Ponto. Se o autor tem pretensões a historiador o problema é dele. Não é ele que é parvo, do alto dos seus muitos e muitos milhões de dólares. O mesmo já não direi das pessoas que tomam esta estória como um documento de História. Entre estas pessoas contam-se a alta hierarquia da Igreja Católica que pediu um boicote ao filme. Vou dizer outra vez. É um filme. Ficção. Ponto.
Como é evidente, a loucura do código teve muitos pontos positivos, o mais significativo dos quais foi, para mim, ver dezenas ou centenas de pessoas a ler nos transportes públicos e nas espalanadas. E não era a Bola, o Record, o Metro ou o Destak. Era mesmo um livro. Só por isto já valeu a pena. No meio de todas as imprecisões, incorrecções e fantasias históricas, uma coisa interessante apareceu e saltou para a consciência colectiva das massas: a existência dos Evangelhos Gnósticos, descobertos em meados do Sec. XX. Trata-se dos livros que a Igreja optou por não incluir no Novo Testamento, e que incluem, entre outros, o Evangelho de Filipe e o de Maria Madalena. A verdade histórica presente no romance da moda é a do papel importante que Maria Madalena terá tido nos primeiros tempos do cristianismo e que foi mais tarde relegado para segundo plano, juntamente com o papel das mulheres de uma forma geral, começando com os escritos dos santos misóginos, como Agostinho e terminando na versão oficial da vida de Maria Madalena, decretada pelo papa Gregório Magno, e que foi conhecida a partir daí como prostituta.
Tudo o resto, como é normal num romance, é fantasia, e deve ser apreciado como tal. Dito isto, para um apreciador de policiais como eu sou, é um filme a não perder. Caso tenham, no entanto, alguma súbita tentação de tomar a história como verdade, pensem que os protagonistas do filme, os grandes investigadores que desvendam a trama milenar são... o Forrest Gump e a Amélie Poulain!!! Está tudo dito...

quarta-feira, maio 17, 2006

Oliveira do Bairro

















Passado o stress (realmente não consigo escrever estresse, deve ser da idade) dos vários concertos sobrepostos, partilho aqui a linda vista que tinha do jardim do hotel onde fiquei em Oliveira do Bairro, jardim esse onde tivemos o prazer de almoçar. Se estas odisseias musicais em que nos desdobramos não servirem para ver o lindo país que temos e, já agora, para explorar a nossa gastronomia, então perdem parte do seu encanto. Diga-se de passagem, falando em gastronomia, que a viagem teve, como sempre por estas bandas paragem obrigatória em Aveiro, cidade que começa a rivalizar com Évora no meu coração e no meu estômago. Haverá afinal a tal ligação obscura entre as duas cidades que o organista Antoine Sibertin-Blanc enunciava há vários anos, quando dizia que confundia estas duas cidades por terem nomes tão parecidos? Tínham-no para ele, que na sua pronúncia cerrada lhes chamava e chama Êvôrá e Avêrô.
Enfim. No meio desta beleza natural saltava à vista o cartaz que anunciava o concerto. Bem sei que era o Requiem de Mozart, mas será mesmo necessário mostrar o compositor no leito de morte? Levar a cultura às massas sim, mas sem abusos, já agora...

terça-feira, maio 16, 2006

Frase do dia

Não faça diálogo comigo!

Esta é mesmo só para quem lá esteve...

Olisipo no Palácio Foz

Mesmo sabendo que é muito em cima da hora, venho lembrar que o Olisipo repete hoje, dia 16 às 20.30 no Palácio Foz o programa feito no Teatro S. Carlos no passado dia 7.
Tal como o meu recital de sexta-feira passada, este concerto está inserido nas comemorações dos 30 anos do Instituto Gregoriano de Lisboa.
Para quem não pôde estar no TNSC na semana passada, é uma boa oportunidade de nos ouvir num repertório menos habitual, com música espanhola dos secs. XVI e XVII.
Espero ver por lá algumas caras amigas.

sábado, maio 13, 2006

Bolota ao sol

Mas se está tanto solinho porque é que eu não posso ir brincar lá para fora?

Blue!

ANSWER TO A SONNET ENDING THUS:
Dark eyes are dearer far
Than orbs that mock the hyacinthine bell -
J.H.Reynolds

Blue! 'Tis the life of heaven, the domain
Of Cynthia, the wide palace of the sun,
The tent of Hesperus, and all his train,
The bosomer of clouds, gold, grey and dun.
Blue! 'Tis the life of waters - Ocean
And all its vassal streams, pools numberless,
May rage, and foam, and fret, but never can
Subside, if not to dark blue nativeness.
Blue! Gentle cousin to the forest-green,
Married to green in all the sweetest flowers -
Forget-me-not, the blue-bell, and, that queen
Of secrecy, the violet. What strange powers
Hast thou, as a mere shadow! But how great,
When in an eye thou art, alive with fate!

John Keats

Qundo a inteligência, a beleza e a sensibilidade se juntam numa combinação perfeita nascem seres especiais. Quando uma dessas pessoas tem o dom da escrita associado a todos os outros com que nasceu (não @ vou ofender com a expressão "que Deus lhe deu") é um privilégio para os restantes poder partilhar desse dom. Quando para além disso se trata de um@ querid@ amig@, que mais posso fazer senão divulgar? Blue! O cantinho d@ Manel

Entardecer de (quase) Verão

Com esta cor de céu antecipava-se realmente uma linda noite de pré-Verão. E que bela forma de passar o serão, na companhia da música maravilhosa de Mozart e Schumann. Muito obrigado a todos os presentes. Um concerto só está completo com um bom público!

sexta-feira, maio 12, 2006

E agora a Austrália

A Austrália juntou-se ao grupo de países onde as uniões entre casais do mesmo sexo são reconhecidas por lei. Seguindo o exemplo do Reino Unido, não se tratam de casamentos mas sim de uniões civis, possíveis no Australian Capital Territory (ACT). Apesar das declarações anteriores do Primeiro Ministro John Howard de que iria vetar a lei, esta foi aprovada por unanimidade pela assembleia, o que impede o veto. Um porta-voz do governo declarou estar feliz com as alterações à lei.
Ainda assim, Howard declarou recentemente que a sua posição em relação à homossexualidade se encontrava a meio caminho entre a aceitação total e a rejeição e que não considerava a possibilidade de apoiar os casamentos entre homossexuais, já que isso de certa forma negaria am posição especial que a instituição do casamento ocupa na Austrália. Yeah, right!
Esta situação vem confirmar as recentes afirmações do conhecido actor gay, Sir Ian McKellen (Lord of the Rings, X-Men) dizendo que as uniões civis são ainda uma forma de discriminação, já que são interditas a casais heterossexuais da mesma forma que os casamentos o são aos homossexuais e que se o governo quisesse verdadeira igualdade deveria permiti-la. Pois, parece-me bastante lógico...

Frases do dia

Se um homem não me faz vir, ao menos que me faça rir!

Se não for cavalheiro, não volta a ser cavaleiro!

Ana Santa Clara n'A Revolta dos Pastéis de Nata


quinta-feira, maio 11, 2006

Lieder no Palácio da Independência

E já que falamos em concertos, nesta sexta-feira, dia 12 às 21.30 no Palácio da Independência é a minha vez de dar um recital em conjunto com a minha querida Luiza da Gama Santos.
O programa contém obras de Mozart (vários Lieder e a Cantata Die der Unermesslichen Schöpfer ehrt) e Schumann (o maravilhoso ciclo Dichterliebe).
O recital está inserido numa série de concertos que comemora o 30º aniversário do Instituto Gregoriano de Lisboa. Como em qualquer recital de Lied ou poesia, o intimismo e a comunicação com o público vão ser privilegiados, razão pela qual será preciosa para nós a presença do maior número de amigos possível. Para quem se assusta com a possibilidade de ser exposto a uma hora de música cantada em alemão, aviso desde já que os programas contam com uma tradução do programa feita com o maior carinho por este vosso anotador. Melhor que isto é impossível!!!
Todos ao Palácio da Independência para homenagear em simultâneo dois dos maiores compsitores de sempre e uma grande escola de música (e já agora o esforço dos artistas).

Breathing of Statues Trio

Eu sei que é muito em cima da hora, mas não queria deixar de chamar a atenção de todos os visitantes para o facto de o Breathing of Statues Trio (onde é que eu já ouvi este nome...) se ir estrear hoje, quinta-feira, às 18.30 num concerto no Palácio Fronteira.
Como se vê na foto anexa, dois terços deste trio são as minhas queridas, lindas e talentosas Maria Luisa Tavares e Orlanda Velez Isidro (ou talvez deva dizer três quartos, dado o estado interessante da Orlanda...). O alaudista que não aparece na foto é o também talentoso Tiago Matias.
O programa inclui obras de Purcell, Dowland e Monteverdi, que estas senhoras fazem como ninguém. Apareçam!!!

terça-feira, maio 09, 2006

Já cá canta mais um


Tenho comentado várias vezes recentemente que o mês de Maio é sempre dos mais complicados a nível de trabalho. Talvez tenha a ver com o facto de vermos as férias aqui tão perto e termos noção que este sprint final é o que mais custa. Seja ou não esta a razão, verdade é que me pude permitir neste mês aumentar a minha colecção de Batmobiles com o modelo de 2000.
Ora bolas, também mereço!

sexta-feira, maio 05, 2006

Tratamento da fruta

O senhor aqui ao lado é o protagonista do hilariante anúncio da nova depiladora para homens da Philips, o BodyGroom. A evolução das tendências da moda faz prever que estas maquinetas se vão tornar cada vez mais comuns no futuro, sobretudo com o tipo de argumentos convincentes (!) que surgem no anúncio.
O que proponho é que sigam o link e vejam todas as partes (sem segundas intenções) do divertido filme. Mesmo que ninguém chegue ao fim com vontade de se depilar posso garantir que, tal como eu, não voltarão a olhar para kiwis com os mesmos ollhos...

quarta-feira, maio 03, 2006

O que eu gosto de dormir até à hora que sou...

You Are Noon

You are upbeat, ambitious, and never at loss for energy.
You have a lot that drives you in life. The desire to be the best, and a secret hope of fame and power.
And while you definitely have a Type A personality, you are still fun to be around.
You have a ton of charisma and a genuine interest in others. You are adored by many.

Mais Algarve

Marina de Faro

















Nesta manhã cresci
a andar à chuva


Bordado a cinza, o dia gotejava
e desdobrava-se em brandas aguarelas.

Quanta chuva irá vogar ainda,
tão fina e quase meiga, por estas cais
desertos, na pele que sem tremor
enfrenta a brisa, no demorado olhar
que se comove com as vislumbradas
gotas mais minúsculas?

Propaga-se, bem ao longe, a escuridão:
vem já nessas gaivotas que ladeiam
-precisas, bem despertas, circundantes-
os oscilantes mastros que vigiam
como à espera de sombra inadiável
e nela, tacteante, um fio da mágoa.

Quantas ondas irão ruir ainda
contra o perfil tão nítido, ainda que breve,
destes barcos serenos, quase imóveis,
dormentes, mas expectantes
frente ao tear de bruma que ameaça?

Neste dia sem sul a chuva enlaça
um recesso da alma e a lentidão
dos passos


João Rui de Sousa

segunda-feira, maio 01, 2006

Frase do dia

Tenho muitas saudades do tempo em que ia à Europa! Isto aqui não é a Europa.

Sra. D. Maria Cristina Pimentel, do alto dos seus 98 anos de idade

Dia do Trabalhador

Esta mole humana absolutamente impressionante é também a minha mais antiga recordação de infância. Nada como ter dois anos e estar no meio de tamanho mar de gente. Outros tempos, outro país, ainda assim, algo que marcou indelevelmente todos os envolvidos, por mais pequenos que fossem.
Feliz dia do trabalhador!