Requiem de Fauré

Chegámos uma vez mais à Páscoa e este ano vou revisitar uma obra que tive já a oportunidade de cantar várias vezes, o Requiem de Fauré. Foi aliás a obra que cantei precisamente na Páscoa do ano passado.

Este ano o concerto será em Lisboa, na Aula Magna, na Sexta-feira dia 2 às 21.30. Comigo estará o soprano Ana Quintans, o Coral Lisboa Cantat e a Orquestra Metropolitana de Lisboa sob a direcção do maestro Robertas Sevenikas. Para saber mais pormenores basta ir aqui, ao site da Metropolitana.

Para quem estiver pela capital será uma excelente oportunidade de ouvir uma das obras primas da música sacra e, já agora, este vosso beloguista!

Até Sexta!

Spem in alium

Amanhã, Sábado dia 27, estarei em concerto com o Coro de Câmara do Instituto Gregoriano de Lisboa que irá interpretar algumas das obras mais emblemáticas da alta Renascença.

O coro cantará o Stabat Mater de Palestrina para duplo coro, uma das obras ligadas tradicionalmente à mudança do estilo de escrita de música sacra no Concílio de Trento. Cantarão também o mítico Miserere de Gregorio Allegri, a obra celebrizada pelos repetidos solos com dós sobre-agudos e que durante séculos apenas podia ser ouvida na Capela Sistina e que terá sido escrita de memória por Mozart após uma única audição.

O concerto terminará com o motete Spem in alium de Thomas Tallis, o motete a 40 vozes. Se é verdade que todo o programa vale a pena ser ouvido, esta é realmente a grande atracção, já que não há muitas oportunidades de ouvir esta obra ao vivo. Apesar da grande dificuldade que é dirigi-la, não há dúvida que o resultado final compensa.

O programa é completado pelo Coro Gregoriano e por obras de órgão interpretadas por alunos da classe do meu amigo António Esteireiro.

Resta-me reforçar o convite a todos para estarem presentes na Sé de Lisboa amanhã às 21.30. Acreditem que vai valer a pena!

Dia da água

O meu fim-de -semana atribulado terminará já Segunda-feira, dia da água, com um concerto do Coro Gregoriano de Lisboa na Mãe d'Água. Interpretaremos a missa pela chuva (embora neste caso deva ser a missa pelo fim da chuva...) e parte da liturgia de Sexta-feira Santa. A EPAL dá a possibilidade aos visitantes de conhecer neste dia parte do monumento que costuma estar interdita ao público. Quem quiser conhecer este espaço fascinante da capital só tem que entrar antes das 21.00, tendo depois da visita a possibilidade de assistir ao nosso concerto cerca das 21.30.

Até lá!

Happy Birthday

Como disse no post anterior, Domingo é o aniversário de Bach. Nestes 225 anos do nascimento do grande compositor o Instituto Gregoriano vai juntar-se às comemorações organizando um concerto na Igreja Evangélica Alemã. Participarão alunos das classes de Órgão (Prof. António Esteireiro) e Educação Vocal (alunos meus e da Prof. Elsa Cortez). Uma vez que vou estar a comemorar este dia através da música de outro compositor barroco não vou poder estar presente. Para aqueles que não quiserem sair de Lisboa no Domingo mas estejam com vontade de ouvir alguma boa música barroca é só ir até à Igreja Alemã às 17.00.

Happy Bachday!

Messiah

No Domingo estarei em Vila Franca de Xira para interpretar a Oratória Messiah de Handel, com o Coral Sinfónico de Portugal. A maestrina Saraswati continua com o seu trabalho extraordinário de divulgação do repertório coral-sinfónico, levando-o a pessoas que de outra forma provavelmente nunca teriam oportunidade de o conhecer, tanto enquanto intérpretes como enquanto público.

Nesta nossa (penso eu) quinta colaboração abordaremos uma das obras primas do repertório barroco, curiosamente no aniversário de Bach. Comigo estarão o Soprano Ana Ester Neves, o Mezzo Susana Teixeira e o Tenor Victor Paiva.

O concerto é no Ateneu Vilafranquense no Domingo às 17.30. Até lá!

Invasões francesas

Amanhã, Sábado dia 20, incio um fim-de-semana de grande actividade com um concerto comemorativo dos 200 anos das invasões francesas. Trata-se de uma adaptação do programa feito em Mafra no passado mês de Julho pela Orquestra Barroca Arabesco, desta feita acompanhado apenas por piano. Houve também algumas substituições no quarteto de solistas. Para além de mim mantém-se o Soprano Sandra Medeiros, mas estarão connosco desta vez a Maria Luísa Tavares e o Fernando Guimarães. O programa conta essencialmente com obras de Bontempo, todas elas exaltando os nossos valores patrióticos.

Para quem quiser recuperar um pouco de orgulho nacional é só passar pelo Sobral de Monte Agraço amanhã às 21.30!

Defying

A novela do casamento entre pessoas do mesmo sexo não termina. Apesar de ter sido publicamente afirmado pelos Juízes do Tribunal Constitucional que não só a nova lei é constitucional como o que vai contra a Constituição é a exclusão de alguns cidadãos do direito de casar, o Presidente da República decidiu enviar a lei para o dito Tribunal. Os mais cínicos poderiam dizer que se trata apenas de espernear um pouco para poder dizer que se fez todos os possíveis ou mesmo para ganhar tempo antes da visita do Papa (estive quase para escrever do Bispo de Roma, mas senti-me subitamente um pouco Henrique VIII).

As razões são irrelevantes e o progresso inevitável, mas a situação fez-me lembrar da genial canção Defying Gravity do musical Wicked, que me parece uma resposta adequadíssima a todos os que se sentem ameaçados pela liberdade alheia:

Something has changed within me

Something is not the same

I'm through with playing by the rules

Of someone else's game

Too late for second-guessing

Too late to go back to sleep

It's time to trust my instincts

Close my eyes: and leap!

It's time to try

Defying gravity

I think I'll try

Defying gravity

Kiss me goodbye

I am defying gravity

And you wont bring me down!

I'm through accepting limits

'cause someone says they're so

Some things I cannot change

But till I try, I'll never know!

Too long I've been afraid of

Losing love I guess I've lost

Well, if that's love

It comes at much too high a cost!

I'd sooner buy

Defying gravity

Kiss me goodbye

I'm defying gravity

I think I'll try

Defying gravity

And you wont bring me down!

I'd sooner buy

Defying gravity

Kiss me goodbye

I'm defying gravity

I think I'll try

Defying gravity

And you won't bring me down!

Monstra 2010

Amanhã às 21.00 no Cinema S. Jorge estreia o filme Aedificandi, inserido no festival Monstra 2010.

Trata-se de um projecto coordenado e parcialmente realizado pelo meu amigo Miguel Pires de Matos. Como ele saberá, sem dúvida, melhor do que eu, de que se trata o filme, transcrevo em seguida o press release:

Aedificandi é uma narrativa em 6 actos que percorre as várias etapas da evolução de uma obra de arquitectura, estabelecendo uma relação conceptual entre cada uma dessas etapas e o sistema moderno de classificação das Belas Artes, tal como foi codificado pelos teóricos no sec. XVIII. Assim, as 6 Belas Artes, Pintura, Escultura, Teatro, Dança, Música e Literatura, servem de sub-tema a outros tantos filmes, ligados entre si pela relação estrutural que é criada com as etapas de concepção, construção, utilização interior, utilização exterior, destruição e reconstrução da obra de arquitectura e também com as várias técnicas de animação utilizadas.

A metamorfose das imagens e do som ao longo do tempo de duração do filme, também seintegra nesta lógica evolutiva, estabelecendo uma relação directa com o desenvolvimento da história e filosofia da arte. A projecção será ainda complementada com uma performance ao vivo que com ela irá interagir, criando uma aproximação do objecto artístico ao espectador.

Este projecto, concebido por 5 arquitectos e 1 músico, foi uma resposta a um desafio lançado

pelo director da Monstra, afirmando-se como uma celebração do cinema de animação como

síntese de todas as artes, materializado num espectáculo de projecção, som e performance.

A dúvida neste momento na mente dos meus leitores será a razão desta divulgação neste espaço. Pois bem, não é uma questão (apenas) de amizade. Um dos segmentos do filme tem como banda sonora o disco do Coro Gregoriano de Lisboa, no qual eu sou solista. Assim, tenho aqui uma razão um pouco interesseira para convidar todos os amantes da animação a estar amanhã no S. Jorge às 21.00.

Até lá!

Passagem pelo Porto

Hoje, Sábado dia 6, estarei de volta ao Porto numa passagem meteórica pela Igreja do Carvalhido. A viagem à invicta é com o Coro Gregoriano de Lisboa destina-se a interpretar a liturgia da terceira semana da Quaresma e os Impropérios de Sexta-feira Santa, desde sempre um dos meus programas favoritos do repertório gregoriano.

Quem sabe se não haverá oportunidade de reencontrar algum dos amigos nortenhos

Nonsense

Depois de ter dirigido ontem o Coro Gregoriano do IGL e ouvido um octeto do Coro de Câmara a interpretar o Stabat Mater de Palestrina, hoje o concerto em que participei na semana aberta do IGL foi dedicado ao Humor na Música. O mesmo octeto interpretou três números do divertido ciclo Nonsense de Richard Rodney Bennett e eu próprio cantei um dueto de Purcell e o dueto dos gatos de Rossini com a minha amiga Paula Pires de Matos e a hilariante Chanson du Bébé também de Rossini. Fomos acompanhados ao piano pelas sempre brilhantes Ilda Ortin e Luiza Gama Santos.

Foi uma bela maneira de provar que a música pode ser séria sem ser sisuda :-)

Solitary hotel

Solitary hotel in mountain pass.

Autumn. Twilight. Fire lit.

In dark corner young man seated.

Young woman enters.

Restless. Solitary. She sits.

She goes to window.

She stands. She sits.

Twilight. She thinks.

On solitary hotel paper she writes.

She thinks. She writes. She sighs.

Wheels and hoofs. She hurries out.

He comes from his dark corner.

He seizes solitary paper.

He holds it towards fire.

Twilight.

He reads.

Solitary.

What?

In sloping, upright and backhands:

Queen's Hotel, Queen's Hotel, Queen's Hotel.

Queen's Ho. . .

James Joyce