terça-feira, setembro 30, 2008

La Déscente d'Orphée aux Enfers

Para quem não puder ou quiser ir até Évora, há ainda a hipótese de ir no Sábado dia 4 às 18 horas até Mafra para assistir a uma interpretação em versão de concerto da ópera de Marc-Antoine Charpentier La Déscente d'Orphée aux Enfers.
É uma versão interpretada pelo Coro de Câmara do Instituto Gregoriano, com vários dos alunos cantando as partes de solo (nomeadamente as minhas alunas de canto Ana Raquel Santos, Mariana Lemos, Mariana Moldão Martins, Maria de Fátima Nunes, Filipa Costa Macedo e Diana Afonso). O papel principal será interpretado pelo meu colega e amigo Manuel Brás da Costa e o grupo instrumental é formado por professores (e alguns alunos) do IGL, tudo sob a direcção de António Carrilho.
O espectáculo é, como já disse, às 18 horas na magnífica biblioteca do Palácio Nacional de Mafra. A não perder!

A caminho de Évora

Estar em Évora é sempre um prazer e voltar a colaborar nas Jornadas só o aumenta. É (se não me falham as contas) a quarta vez que tenho a honra de estar ao lado dos maestros Peter Phillips e Owen Rees a orientar as Jornadas, partilhando com todos os presentes o riquíssimo repertório da Sé de Évora.
Como disse hoje a alguns alunos, é a oportunidade de trabalhar com maestros fantásticos e para além disso também lá estou eu! Brincadeiras à parte, tendo começado a ambicionar ter uma carreira profissional no mundo musical a ouvir os discos e concertos dos Tallis Scholars e do Cambridge Taverner Choir, é difícil imaginar um maior reconhecimento do que estar em tão ilustre companhia.
Como poderão ver pelo cartaz, as jornadas incluem concertos aliciantes, este ano com os grupos Voces Caelestes e Officium, dirigidos respectivamente pelos meus amigos Sérgio Fontão e Pedro Teixeira (que será, como sempre, o quarto maestro das Jornadas) e com o Ensemble A Sei Voci.
Para todos os apreciadores da música dos compositores da Sé de Évora esta é a altura para irem até esta maravilhosa cidade alentejana e passar um fim-de-semana musical!

segunda-feira, setembro 29, 2008

Corpo e Alma na Antena 2

Como disse no último post, a Antena 2, na pessoa do compositor e meu ex-colega Pedro Amaral, preparou um programa especial para acompanhar a transmissão da ópera Corpo e Alma de Christopher Bochmann. Apesar de eu ter sido entrevistado para o programa, não tive oportunidade de o ouvir na rádio, e nem de avisar os meus leitores.
Para que tiver interesse em ouvir o programa, que inclui a gravação integral da ópera, entrevistas com o compositor, encenador, comigo próprio e com o crítico Bernardo Mariano, basta seguir este linque (e ter algum tempo disponível). Os puristas que prefiram ouvir na rádio poderão fazê-lo no próximo dia 26 de Outubro às 18.00.
Vale a pena conhecer esta obra fantástica, para quem não esteve no São Carlos em Julho, ou recordar para quem esteve!

domingo, setembro 28, 2008

Ooops....!!!


Com todo o trabalho que tive esta semana, com o princípio das aulas e a preparação do concerto com o Magnificat em Talha Dourada esqueci-me de avisar que hoje passou na Antena 2 o programa feito sobre a ópera Corpo e Alma. Para minha redenção posso dizer que alguns amigos deram por isso e me mandaram umas mensagens e que os que não souberam poderão ainda apanhar a repetição que dará no próximo mês, salvo erro no dia 16.
Lapso por lapso, também deixei a minha participação com o Coro Gregoriano de Lisboa no programa Percursos da Música Portuguesa da RTP 2 há dois Sábados atrás. É assim, quando há muitas coisas para fazer, os media acabam por ficar em segundo plano...

quarta-feira, setembro 24, 2008

Magnificat em Talha Dourada

O ano de 2008 tem sido, para mim, marcado pela música de Eurico Carrapatoso, com a reposição de A Floresta no Coliseu do Porto, em Fevereiro, a nova produção da mesma ópera, na qual abordei um novo papel, e que passou por Leiria, Aveiro e Bragança e sobretudo com a grande oportunidade de estrear o belíssimo Stabat Mater, escrito para mim, no CCB.
No final desta semana vou poder, com o Grupo Vocal Olisipo, revisitar outra obra que ajudámos a criar há precisamente 10 anos. O Magnificat em Talha Dourada foi uma encomenda da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa para comemorar o seu 500º aniversário, em 1998. Foi uma obra muito trabalhosa para mim, já que tinha que cantar e dirigir, mas que sempre deu um enorme prazer a todos os envolvidos e que criou relações duradouras no grupo que a estreou. Foi a primeira vez que trabalhei com alguns dos instrumentistas do grupo que, num daqueles acasos felizes que o destino por vezes nos proporciona, eram todos de um nível extraordinário. Apesar dos custos que acarreta interpretar esta obra devido ao tamanho do grupo (17 músicos solistas, entre cantores e instrumentistas), interpretámo-la várias vezes em concerto, tendo mesmo um destes concertos sido gravado e editado em disco pela Diálogos. Mesmo assim, e se não me falha a memória, desde 2000 que não a repetimos.
Não há fome que não dê em fartura, e até ao Natal o Magnificat será interpretado em concerto três vezes. A primeira é já neste Sábado, dia 27, ás 21.30 no Centro Cultural de Cascais, num concerto inserido no Simpósio Internacional A Italianização da Vida Musical Barroca na Península Ibérica: Modelos e Processos. Ao Grupo Vocal Olisipo (com oito cantores) juntam-se neste concerto as cordas da Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras, os flautistas António Carrilho e Sofia Norton, a cravista Jenny Silvestre e o soprano Angélica Neto. É sempre bom fazer boa música com bons amigos, e esta vez não será a excepção.
Espero ver muitos de vós em Cascais, no Sábado. Para os que não possam, os concertos em Lisboa e Évora estão para breve e serão aqui anunciados, como sempre.

segunda-feira, setembro 22, 2008

sábado, setembro 20, 2008

A propósito...

Este é o estado actual das liberdades humanas relacionadas com a homossexualidade no mundo, indo do verde (casamento reconhecido) até ao vermelho (pena de morte). Apesar de tudo, se pensarmos que só a partir de 2001 é que começou a ser possível o casamento, em primeiro lugar na Holanda (onde mais...), e que neste momento já vamos em seis países, contando com a Noruega, onde a lei foi recentemente aprovada e os casamentos serão possíveis a partir do próximo ano, a evolução é clara. A posição de Portugal torna-se mais estranha quando nos apercebemos que, para além da Bélgica, Espanha, Holanda e Noruega, onde o casamento é legal, uma série de outros países europeus como o Reino Unido, França, Hungria, República Checa, Islândia, Eslovénia, Alemanha Dinamarca, Finlândia, Suiça, Suécia e Luxemburgo têm uniões civis reconhecidas por lei com direitos iguais aos do casamento. Pensando que a nossa Constituição foi a primeira e, penso que, ainda a única a proibir a discriminação baseada na orientação sexual, não se pode deixar de estrnhar sermos dos poucos países da Europa a não ter nem casamentos nem uniões reconhecidas.
Durante quanto tempo iremos continuar orgulhosamente sós?

Brad Pitt em defesa do Casamento


Depois de ter afirmado no ano passado que só se casaria com Angelina Jolie quando todos os americanos tivessem o direito de se casar também, Brad Pitt passou à fase seguinte pondo , como se diz por terras americanas, "his money where his mouth is", literalmente. Pitt doou 100.000 dólares para combater a Proposition 8, uma emenda à lei que será votada em Novembro na Califórnia com o intuito de reverter a decisão do Supremo Tribumal norte-americano de legalizar os casamentos entre indivíduos do mesmo sexo neste estado. Pitt disse ainda que "porque ninguem tem o direito de negar a outros a sua vida, mesmo que discordem dela, porque todos têm o direito de viver a vida que desejam se não prejudicarem terceiros e porque a descriminação não tem lugar na América, o meu voto será pela igualdade e contra a Proposition 8".

O casal Brangelina podia aproveitar e passar por Portugal, onde no próximo dia 10 de Outubro a mesma questão será discutida no Parlamento, por iniciativa do Bloco de Esquerda e dos Verdes, em duas propostas separadas. De acordo com os bloquistas a definição de casamento no artigo 1577 do Código Civil como contrato "entre duas pessoas de sexo diferente", é inconstitucional e o casamento deve ser definido como "o encontro de vontades, solenemente formalizado, de duas pessoas que pretendem constituir uma família mediante uma plena comunhão de vida". O diploma dos 'Verdes' estabelece que "casamento é o contrato celebrado entre duas pessoas que pretendem constituir família mediante uma plena comunhão de vida". Será desta?

quinta-feira, setembro 18, 2008

XI Festival Internacional de Órgão de Lisboa


Está já a decorrer o XI Festival Internacional de Órgão de Lisboa, no qual terei a oportunidade de voltar a participar, como em ocasiões passadas.

Desta feita estarei a dirigir o Coro de Câmara e o Coro Gregoriano do IGL numa missa de homenagem a Olivier Messiaen, na qual daremos o nosso contributo colaborando no que é maioritariamente um concerto do meu amigo e colega António Esteireiro.
O concerto é no Sábado, dia 20 às 21.30 na Igreja de Nossa Senhora do Cabo, em Linda-a-Velha e a entrada é livre.
Vale a pena passar parte do fim de semana na companhia da genial música para órgão de Messiaen, sobretudo quando se pode também ouvir o belíssimo motete O Sacrum Convivium.

quarta-feira, setembro 17, 2008

Frase do dia

Era belo como um "sim" numa sala cheia de negatividade.

Às vezes há frases que ressoam no nosso íntimo e que fazem todo o sentido para nós no momento em que são ouvidas. Esta foi uma delas para mim.

segunda-feira, setembro 15, 2008

Novas "notas"

Caso os meus leitores fieis não tenham ainda reparado, acrescentei novas "notas" na barra lateral, para que possam saber o que me acopa nos (poucos) tempos livres, tanto na literatura como na música, filmes e séries. Mesmo nos casos em que não surja a ocasião de fazer um "poste" específico, convido todos a deixarem os seus comentários!

sexta-feira, setembro 12, 2008

Morte e Vida Severina

Esta noite estarei presente no auditório Fernando Lopes Graça do Forum Romeu Correia em Almada, mas desta vez do lado do público, assistindo à peça de João Cabral de Malo Neto Morte e Vida Severina, numa produçao do grupo Teatro & Teatro, formado por Joana Freitas, Catarina Rocha, Rita Miranda, Manuel João, Inês Possante, Pedro Gonçalves, Nádia Mota, Sara Freitas e Pedro Cortes. A encenação e dramaturgia estão a cargo de Manuel João. Para os que reconheceram aqui um apelido familiar, é verdade, é a minha sobrinha, Inês Possante, recém regressada de França (sem mala de cartão) e reintegrada na vida de artista.
Para quem quiser ver a peça, estará em cena até Domingo, com espectáculos hoje e amanhã às 21.30 e Domingo às 17.00. Todos ao teatro!

quarta-feira, setembro 10, 2008

Corpo e Alma



Deixo-vos com uma imagem que encontrei recentemente da ópera Corpo e Alma, de Christpher Bochmann, na qual estou eu e a bailarina Sofia Inácio, respectivamente Pedro e Inês.
No passado fim de semana fui entrevistado para a Antena 2 pelo compositor Pedro Amaral, meu antigo colega do Instituto Gregoriano, e que está a preparar um programa sobre a ópera. O programa será transmitido, em princípio no próximo dia 11 de Outubro e tem participações do compositor, do encenador, Laureano Carreira, do produtor, Victor Mota da Orquestra Sinfónica Juvenil e do crítico Bernardo Mariano.
Mais notícias em breve!

Sexy in Caxias


Ter uma atitude séria não é sinónimo de ser sisudo, por isso, no meio do ensaio de colocação no belo cenário do Jardim da Cascata, em Caxias, ainda houve tempo para tirar uma foto numa pose disparatada com a minha querida "Angelina Jenny"... :-)

sábado, setembro 06, 2008

To Autumn
















1.

Season of mists and mellow fruitfulness,
Close bosom-friend of the maturing sun;
Conspiring with him how to load and bless
With fruit the vines that round the thatch-eves run;
To bend with apples the moss’d cottage-trees,
And fill all fruit with ripeness to the core;
To swell the gourd, and plump the hazel shells
With a sweet kernel; to set budding more,
And still more, later flowers for the bees,
Until they think warm days will never cease,
For Summer has o’er-brimm’d their clammy cells.

2.

Who hath not seen thee oft amid thy store?
Sometimes whoever seeks abroad may find
Thee sitting careless on a granary floor,
Thy hair soft-lifted by the winnowing wind;
Or on a half-reap’d furrow sound asleep,
Drows’d with the fume of poppies, while thy hook
Spares the next swath and all its twined flowers:
And sometimes like a gleaner thou dost keep
Steady thy laden head across a brook;
Or by a cyder-press, with patient look,
Thou watchest the last oozings hours by hours.

3.

Where are the songs of Spring? Ay, where are they?
Think not of them, thou hast thy music too,—
While barred clouds bloom the soft-dying day,
And touch the stubble plains with rosy hue;
Then in a wailful choir the small gnats mourn
Among the river sallows, borne aloft
Or sinking as the light wind lives or dies;
And full-grown lambs loud bleat from hilly bourn;
Hedge-crickets sing; and now with treble soft
The red-breast whistles from a garden-croft;
And gathering swallows twitter in the skies.


John Keats

sexta-feira, setembro 05, 2008

The Dark Knight

Não deve ser surpresa para quem frequenta este espaço que eu sou um viciado em Banda Desenhada. Assim sendo, apesar da falta de tempo que me afasta das salas de cinema, era difícil não ver um dos vários filmes baseados em comics que invadiram as salas de cinema nos últimos tempos. De Iron Man a Hulk, de 28 Days of Night a Wanted, de 300 a Spider-man, de Sin City a Ghost Rider, é difícil escapar à influência deste meio, que gerou filmes fantásticos e medíocres. Confesso que não vi no cinema nenhum dos que citei, e mesmo em casa não vi a maioria.

Há, no entanto, um filme que se tornou um verdadeiro fenómeno: The Dark Knight, o último capítulo da saga de Batman no grande ecran e o segundo realizado por Christopher Nolan (Memento) e protagonizado por Christian Bale. O meu fascínio de décadas pela personagem levar-me-ia provavelmente às salas, mesmo que o filme fosse mau. Para quem, como eu, viu em estreia os infames filmes realizados por Joel Schumacher na década de 90, com o sorriso inadequado de George Clooney, os fatos com mamilos, a Péssima Alicia Silverstone, o inenarrável Schwarznegger e muitas outras coisas que tentei esquecer, só poderia ser melhor.

O regresso do franchise nas mãos de Nolan com Batman Begins foi já um filme notável, centrado num argumento sólido, com actores de grande nível (para além de Bale tínhamos Cillian Murphy, Liam Neeson, Gary Oldman, Michael Caine, Morgan Freeman, será necesdsário dizer mais?...), uma realização ao serviço da história e não do espectáculo visual e, sobretudo, um grande respeito pela essência da personagem, aquilo que fascina leitores e permitiu a publicação ininterrupta durante sete décadas.

Tudo isto se mantém, mas agora com a fasquia mais alta. O vilão do filme não é Scarecrow, relativamente desconhecido do grande público (presente ainda neste filme num cameo do genial Cillian Murphy), mas antes o conhecidíssimo Joker. É desnecessário citar o actor que o interpreta, já que a tragédia de Heath Ledger é conhecida por todos. Os rumores de atribuição de um óscar a título póstumo também deixam claro que esta será à partida uma boa prestação do actor. A questão fundamental é que isto não se limita ao enorme talento do actor, mas também à personagem que lhe foi dada para interpretar. Este não é o Joker engraçado e histérico de Nicholson há vinte anos (já?!?), no filme de Tim Burton, mas antes o palhaço sinístro, que os amantes de comics conhecem. Não tanto uma personagem maléfica mas antes aterrorizante pela sua amoralidade e imprevisibilidade. A substituição da pele branca por maquiagem e do sorriso fixo por cicatrizes que prolongam o esgar é uma aposta ganha e se algum podia tornar credível que uma cidade inteira ficasse refém de um único homem este era o homem!

Não é à toa que Dark Knight é o segundo filme da história a ultrapassar a marca dos 500 milhões de dólares de receitas, sendo neste momeno o segundo filme mais rentável de sempre, ultrapassado apenas por Titanic. Tendo em conta que o filme está ainda em exibição e contando com as futuras receitas de lançamentos em DVD, parece bestante seguro que será em breve o número um.

Posto isto, resta-me convidar os meus leitores a ver o trailer do filme e a tentar ainda apanhá-lo nas salas, caso não o tenham ainda visto.

segunda-feira, setembro 01, 2008

Regresso

Depois do descanso e da modorra das férias, com dias abençoadamente vegetativos em estado de quase coma, uma das coisas que mais me custa é o regresso ao trânsito da cidade e sobretudo à falta de civismo dos condutores (como diz o Ricardo Araújo Pereira, é sabido por todos que há apenas dois condutores em Portugal que cumprem na íntegra o Código da Estrada, eu e o meu caro leitor(a)).

Ainda assim, fico feliz por termos em Lisboa um trânsito um pouco mais ordeiro do que em Nova Delhi...