Não deve ser surpresa para quem frequenta este espaço que eu sou um viciado em Banda Desenhada. Assim sendo, apesar da falta de tempo que me afasta das salas de cinema, era difícil não ver um dos vários filmes baseados em comics que invadiram as salas de cinema nos últimos tempos. De Iron Man a Hulk, de 28 Days of Night a Wanted, de 300 a Spider-man, de Sin City a Ghost Rider, é difícil escapar à influência deste meio, que gerou filmes fantásticos e medíocres. Confesso que não vi no cinema nenhum dos que citei, e mesmo em casa não vi a maioria.
Há, no entanto, um filme que se tornou um verdadeiro fenómeno: The Dark Knight, o último capítulo da saga de Batman no grande ecran e o segundo realizado por Christopher Nolan (Memento) e protagonizado por Christian Bale. O meu fascínio de décadas pela personagem levar-me-ia provavelmente às salas, mesmo que o filme fosse mau. Para quem, como eu, viu em estreia os infames filmes realizados por Joel Schumacher na década de 90, com o sorriso inadequado de George Clooney, os fatos com mamilos, a Péssima Alicia Silverstone, o inenarrável Schwarznegger e muitas outras coisas que tentei esquecer, só poderia ser melhor.
O regresso do franchise nas mãos de Nolan com Batman Begins foi já um filme notável, centrado num argumento sólido, com actores de grande nível (para além de Bale tínhamos Cillian Murphy, Liam Neeson, Gary Oldman, Michael Caine, Morgan Freeman, será necesdsário dizer mais?...), uma realização ao serviço da história e não do espectáculo visual e, sobretudo, um grande respeito pela essência da personagem, aquilo que fascina leitores e permitiu a publicação ininterrupta durante sete décadas.
Tudo isto se mantém, mas agora com a fasquia mais alta. O vilão do filme não é Scarecrow, relativamente desconhecido do grande público (presente ainda neste filme num cameo do genial Cillian Murphy), mas antes o conhecidíssimo Joker. É desnecessário citar o actor que o interpreta, já que a tragédia de Heath Ledger é conhecida por todos. Os rumores de atribuição de um óscar a título póstumo também deixam claro que esta será à partida uma boa prestação do actor. A questão fundamental é que isto não se limita ao enorme talento do actor, mas também à personagem que lhe foi dada para interpretar. Este não é o Joker engraçado e histérico de Nicholson há vinte anos (já?!?), no filme de Tim Burton, mas antes o palhaço sinístro, que os amantes de comics conhecem. Não tanto uma personagem maléfica mas antes aterrorizante pela sua amoralidade e imprevisibilidade. A substituição da pele branca por maquiagem e do sorriso fixo por cicatrizes que prolongam o esgar é uma aposta ganha e se algum podia tornar credível que uma cidade inteira ficasse refém de um único homem este era o homem!
Não é à toa que Dark Knight é o segundo filme da história a ultrapassar a marca dos 500 milhões de dólares de receitas, sendo neste momeno o segundo filme mais rentável de sempre, ultrapassado apenas por Titanic. Tendo em conta que o filme está ainda em exibição e contando com as futuras receitas de lançamentos em DVD, parece bestante seguro que será em breve o número um.
Posto isto, resta-me convidar os meus leitores a ver o trailer do filme e a tentar ainda apanhá-lo nas salas, caso não o tenham ainda visto.
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